Goiaba - Artigos Projeto de Extensão @nossosalimentos_uenf


img-logo-projeto-nossos-alimentos-uenf

Goiaba

Luiz Fernando Miranda e Karla Silva Ferreira

 

img-blog-projeto-nossos-alimentos-uenf


Entre as frutas produzidas em regiões tropicais e subtropicais, a goiaba se destaca pela sua rica composição nutricional, que apresenta teores elevados de vitaminas, minerais, fibras, betacaroteno e licopeno.  Dentre as vitaminas, destacam-se os elevados teores de vitamina C, vitamina E e ácido fólico.

As diferenças no valor nutritivo entre as variedades de goiaba são pouco significativas do ponto de vista nutricional, com exceção das de cor branca e vermelha, visto que nas brancas os teores de licopeno são inexpressivos.

A goiaba verde, devido à maior presença de taninos, pode prender ligeiramente o intestino caso as sementes não sejam ingeridas, pois estas funcionam como fibras e, se consumidas em quantidade adequada, evitam a prisão de ventre. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a 
recomendação de fibra é de 25 a 35g por dia. Outro tipo de fibra presente nas goiabas é a pectina, que contribui para a redução da absorção do colesterol dietético, além de reduzir a velocidade de absorção dos carboidratos, o que é mais saudável.


A goiaba vermelha, assim como outros vegetais de cor vermelha (ex. pitanga, melancia, mamão, tomate e morango) é rica em licopeno. O licopeno é um carotenoide sem atividade pró-vitamina A, que possui elevada atividade antioxidante, com capacidade de sequestrar o oxigênio singlete, que é uma espécie extremamente reativa de oxigênio. 


Os antioxidantes da dieta, após serem absorvidos, são encontrados dentro das células ou na circulação, protegendo as substâncias e membranas celulares de serem oxidadas ou danificadas, ajudando, assim, na prevenção de doenças cardiovasculares e câncer, dentre outras.



O licopeno pode ser encontrado na natureza em duas formas: cis e trans. A forma trans é menos absorvida, mas quando esta substância é submetida a altas temperaturas é transformada na forma cis, que é melhor absorvida pelo organismo. Isto ocorre no processo de fabricação de molho de tomate e goiabada. 


Portanto, a goiabada é melhor fonte de licopeno do que a goiaba por duas razões: por ser mais concentrada e por possuir maior teor de licopeno na forma cis. Estudos mostram que, após a ingestão de licopeno, este predomina no plasma e também se acumula nos tecidos humanos (ex. próstata, fígado, pulmão), protegendo estes órgãos.

A Figura 1 ilustra um rótulo nutricional de goiaba vermelha com os principais nutrientes. Observe que as quantidades de todos os nutrientes citados correspondem a 5% ou mais do valor diário de referência, ou seja, da quantidade que um adulto deve ingerir diariamente.



img-blog-projeto-nossos-alimentos-uenf



 


Referências Bibliográficas:

 

AGRICULTURAL RESEARCH SERVICE UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - Disponível em : https://fdc.nal.usda.gov/

BRASIL. ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada – Resolução-RDC Nº 269, de 22 de setembro de 2005. regulamento técnico sobre Ingestão Diária Recomendada (IDR) para proteína, vitaminas e minerais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 de setembro de 2005.

BRODY, T. Nutritional biochemistry. California: Academic Press, 1994. 658p.

FENNEMA, O. R;  PARKIN, K. L.;  DAMODARAN, S. Química de alimentos de Fennema. 4ª edição, ARTMED, 2010, 900p.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9 ed.  Rio de Janeiro, Atheneu, 1992, 307p.

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-FIBGE. Tabelas de composição de alimentos. 2.ed. Rio de Janeiro: 1981.  213 p. (Estudo Nacional de Despesa Familiar).

NEPA – UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos. 2. ed. Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. 161 p.

SHILS, M. E. ; et al.Nutrição moderna na saúde e na doença. 10a ed americana. São Paulo: Manole. 2009, 2222p.

RODRIGUES-AMAYA, D. B; KIMURA, M.; AMAYA-FARFAN, J. Fontes brasileiras de carotenóides: tabela brasileira de composição de carotenóides em alimentos. Brasília: MMA/SBF, 2008. 100 p.

 

Comentários

Postagens