Whey Protein e outros suplementos proteicos - Artigos Projeto de Extensão @nossosalimentos_uenf
Whey Protein e outros suplementos proteicos
Suplementos à base de proteína estão entre os mais comercializados no Brasil. A razão é que estes produtos podem estar mais diretamente associados ao ganho de músculos, juntamente com os carboidratos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), suplemento proteico significa “produto destinado a complementar as necessidades proteicas”. Para que o suplemento possa ser considerado proteico, ele deve conter proteína de alta digestibilidade e com elevado teor de aminoácidos essenciais além do produto pronto para consumo conter, no mínimo, 10 g de proteína na porção.
O consumo de proteína é essencial não só para ganho de músculos, mas também para produção de hormônios, enzimas e estrutura celular de todos os tecidos. Para a população adulta saudável e não atleta, recomenda-se 0,8 g/kg de peso corporal ou que 15% a 20% do requerimento energético total do indivíduo seja proveniente de proteína, o equivalente entre 75 g a 100 g de proteína numa dieta de 2000 kcal. Àqueles praticantes de exercício físico regular, incluindo atletas, a recomendação proteica pode variar de 1,0 a 2,0 g/kg de peso corporal ao dia, dependendo da necessidade energética e do tipo de atividade física que pratica.
Quando o indivíduo, seja ele atleta ou não, não consegue ingerir proteína em quantidade adequada por meio dos alimentos convencionais, ele pode recorrer ao consumo de suplementos. Neste caso, deve ser devidamente orientado quanto ao tipo de produto que for comprar e a forma de consumo, pois muitos se veem perdidos frente às opções de produtos existentes no mercado. Há diversas opções de proteína de origem animal e vegetal. As principais de origem animal são carne bovina em pó, proteína de soro do leite ou whey protein (derivada do leite), caseína (derivada do leite), albumina (derivada do ovo), colágeno ou gelatina.
As principais fontes de origem vegetal são proteína da soja e proteína da quinoa. Todas estas opções, com exceção do colágeno e gelatina, são proteínas de alto valor biológico. O colágeno e gelatina possuem baixa digestibilidade e perfil de aminoácidos ruim, com baixos teores dos aminoácidos essenciais. A proteína do soro do leite é a de melhor qualidade, pois além de ser de fácil digestão, contém maior quantidade e variedade de aminoácidos essenciais.
No momento da compra de um suplemento, o consumidor deve estar atento às informações nutricionais nos rótulos dos suplementos e avaliar quatro variáveis: qualidade da proteína, preço do produto, teor de proteína na porção e peso líquido total. Vamos usar como exemplo a figura abaixo com dois tipos de suplemento. Qual seria a melhor opção de compra?
Observe que o suplemento B contém mais proteína, é mais barato e possui maior quantidade na embalagem. Isso já seria necessário para a sua escolha? Não.
O produto A contém somente whey protein e o produto B contém mistura de proteínas. De acordo com a ordem em que são descritos os nomes dos ingredientes na lista de ingredientes do produto, o que vem primeiro significa que está em maior quantidade. Portanto, no produto B, a proteína presente em maior quantidade é a proteína de soja. A seguir vem o colágeno e, por último, o whey protein. Neste caso, o melhor produto é o “A”, que contém somente proteína de maior qualidade.
No mercado são normalmente encontrados três tipos de whey protein: isolada, hidrolisada e concentrada. A escolha confunde muita gente. Mas qual a diferença entre elas?
Não há na legislação brasileira e internacional regulamentações sobre estas definições, mas pode-se afirmar que, de praxe, a isolada deve possuir somente proteína do soro do leite, sem conter em sua composição outros nutrientes que não sejam proteína. A hidrolisada deve conter somente proteína do soro do leite, no entanto, neste caso, a proteína está mais fragmentada ou hidrolisada (que significa ser de mais fácil digestão). A concentrada, por fim, deve conter somente proteína do soro do leite, mas pode conter outros nutrientes em sua composição, como carboidrato, gordura, vitaminas e minerais. Estudos mostram que o consumo de whey protein hidrolisada pode resultar em maior ganho de massa muscular em comparação com as demais. Todavia, fora dos controles científicos, seguramente, não é possível afirmar qual o melhor produto, pois a forma de consumo, horário e quantidade, influenciam no resultado final. Por isso ressalta-se a importância da condução dietética ser orientada por nutricionista a fim de maximizar os efeitos positivos.
Outra pergunta que muita gente faz é:
será que a quantidade de proteína escrita no rótulo condiz com o que realmente
existe no produto? Fiscalizações realizadas pela Anvisa mostraram que nem todos
os fabricantes cumprem o que prometem nos rótulos de seus produtos. Alguns
comercializam suplementos com quantidades proteicas bem abaixo do que é
propagado (com variação acima de 20%). Essa prática pode acarretar à empresa
advertência, apreensão e inutilização, interdição e/ou multa, que pode variar
de R$ 2.000,00 a R$ 1.500.000,00.
Em 2014, a Anvisa analisou 25 marcas
de suplementos e proibiu a comercialização de 20 em virtude destes tipos de
irregularidades. Os resultados você pode encontrar acessando este link:
<http://s.anvisa.gov.br/wps/s/r/cW3N>.
Portanto, antes de comprar um
suplemento proteico, consulte um profissional qualificado para avaliar se você
realmente necessita gastar com este tipo de produto. Se for realmente
necessário usar um suplemento proteico, avalie as informações no rótulo do
produto e somente compre produto de boa qualidade.
Referências Bibliográficas:
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whey hydrolysate, casein, or soy protein isolate: effects on mixed muscle
protein synthesis at rest and following resistance exercise in young men. J Appl Physiol. 2009.107(3):987-92.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa
proíbe 20 lotes de Suplementos Proteicos para Atletas. Disponível em <
em http://s.anvisa.gov.br/wps/s/r/cW3N. Data de acesso: 28/04/2015>.
BRASIL. Consulta Pública n. 60, de 13 de novembro de 2008. Regulamento Técnico de Alimentos para Atletas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 nov. 2008.
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Regulamento Técnico de Alimentos para Atletas. Diário Oficial da União,
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SILVA, L. F. M. Avaliação
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Produção Vegetal) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. Campos dos Goytacazes, RJ,
2010.
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