COVID 19: A SUPLEMENTAÇÃO COM ZINCO PODE AJUDAR?



COVID 19: A SUPLEMENTAÇÃO COM ZINCO PODE AJUDAR? 

Luiza Barbosa de Souza Silva e Karla Silva Ferreira


A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, afeta predominantemente o sistema respiratório podendo resultar em pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, com possibilidade da necessidade de utilização de ventilação respiratória mecânica. A idade avançada e doenças crônicas pré-existentes, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade são consideradas fatores de risco para o aumento da suscetibilidade e mortalidade pela COVID-19. Propõe-se que os idosos estejam em maior risco devido à função imunológica prejudicada.

A deficiência do zinco é conhecida por resultar em uma piora na resposta imunológica. Nos idosos, o baixo nível de zinco tem sido considerado fator de risco para pneumonia. A deficiência de zinco a longo prazo é conhecida por aumentar biomarcadores inflamatórios.

O zinco desempenha um importante papel no recrutamento de células de defesa, dessa forma, sua deficiência reduz a contagem dessas células e prejudica sua função. Em contrapartida, a suplementação de zinco aumenta o número das células de defesa, incluindo as células Natural Killer (células de defesa que tem como função reconhecer as células estranhas ao organismo, como as células infectadas por vírus).

A evidencia direta de que a suplementação com zinco pode estar relacionada no curso e resultado do tratamento da COVID -19 é baixa, pois são necessários mais estudos clínicos baseados na associação de dieta, suplementação e COVID-19. Porém, com base em experiências no tratamento de SARS e outras infecções virais pode-se enfatizar que a suplementação na fase inicial da infecção foi importante para aumentar a resistência do paciente contra às infecções virais, o que também pode incluir a COVID-19.

Apesar da difundida orientação de suplementação de zinco para estimular o sistema imunológico, grandes doses de zinco (300 mg/dia) ao longo de 6 semanas podem prejudicar a função das células de defesa (linfócitos e neutrófilos). Ou seja, utilizar a suplementação de zinco em excesso como terapia antiviral pode resultar em supressão do sistema imunológico. Por isso, toda suplementação deve ser realizada com acompanhamento profissional.


REFERÊNCIAS

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SKALNY, A. V.; RINK, L.; AJSUVAKOVA, O, P. ; ASCHNER, M.;   GRITSENKO, V. A.;  ALEKSEENKO, S. I.; et al. Zinc and respiratory tract infections: Perspectives for COVID-19 (Review). 2020. Rev. Int J Mol Med. 46(1): 17–26.

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