CROMO: O MINERAL QUE ESTÁ NA MODA - Artigos Publicados Nossos Alimentos
Cromo: o mineral que está na moda
Luiz Fernando Miranda da Silva e Karla da Silva Ferreira
Já está comprovado que o cromo é importante para a normalização da taxa de glicose no sangue e há estudos indicando que pode ser importante para a síntese de proteínas musculares.
Comumente encontrado na natureza, o cromo se apresenta em dois principais estados de oxidação: o Cr+6 e o Cr+3. O Cr+6 é tóxico ao ser vivo e abundante em água e solo contaminado com resíduo industrial. O Cr+3, porém, naturalmente presente nas células animais, exerce nelas o efeito potencializador da ação da insulina, resultando em melhor captação de glicose sanguínea. Em humanos foi comprovado que a ausência de cromo na dieta de pessoas saudáveis eleva o nível de glicose no sangue acima da faixa de normalidade (99 mg/dL), que, por sua vez, retorna aos valores normais após a ingestão regular do mineral.
Sabendo de sua importância à saúde, o Comitê de Nutrição dos EUA (Food Nutrition Board) estabeleceu, em 1989, que a ingestão diária de 35 microgramas seria suficiente para evitar aumentos indesejados de glicose no sangue em pessoas sem doenças e em adequado estado nutricional. Com base nesta recomendação, o Comitê considerou que, pelo menos, 50% da população teriam suas necessidades nutricionais de cromo atendidas. O ideal seria que houvesse uma recomendação que atendesse quase toda a população, no entanto, seriam necessários mais estudos sobre a função deste nutriente e se o mesmo é consumido habitualmente pelas pessoas. Sem estas pesquisas, fica impossível determinar a quantidade de cromo que certamente prevenirá a deficiência nutricional de indivíduos saudáveis.
Embora este mineral seja estudado há quase um século, foi a partir da década de 90 que as investigações de suas funções metabólicas ganharam mais notoriedade em função de novas descobertas, por exemplo, o favorecimento à síntese de proteína muscular. Por conta disto, pesquisas sobre o teor de cromo nos alimentos ganharam mais importância a partir de 2001, principalmente na Europa. Com base em alguns estudos, cientistas adquiriram mais conhecimento sobre a quantidade de cromo ingerida pela população, e se isto seria o suficiente para prevenir doenças, como o diabetes tipo II. Contudo, a hipótese de deficiência nutricional de cromo não está rechaçada na maioria dos países, em função do pouco conhecimento produzido no que tange à presença deste micronutriente nos alimentos.
Mesmo sem conhecimento sobre composição nutricional de alimentos e ingestão dietética de cromo, muitas empresas do ramo alimentício comercializam suplementos enriquecidos com cromo prometendo emagrecimento, ganho de músculos e melhor desempenho físico. No entanto, ainda não existem estudos que permitam confirmar este efeito.
Tendo em vista a escassez de estudos sobre este mineral no Brasil, pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Laboratório de Tecnologia de Alimentos) quantificaram o teor de cromo em 200 tipos de alimentos consumidos no país.
Na tabela abaixo, encontra-se o teor em alguns alimentos ricos em cromo. Tendo ciência destes resultados, é possível estimar a quantidade de cromo consumida pela população, saber se atende à recomendação nutricional (35 μg de Cr/dia), além de servir como base para novas diretrizes.
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